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CESAR .
2023-04-10T00:00:00
Negócios
A sua empresa é um ambiente que desenvolve intraempreendedores?
Até pouco tempo atrás, a estratégia de uma empresa era o que ditava o ritmo dos negócios. Era como se já houvesse um futuro bem delineado para a companhia, sendo necessário apenas que seguisse os processos já estabelecidos, assim, se os gestores fizessem o que era esperado deles, o sucesso chegaria.
Hoje, o mercado traz muito mais incerteza e complexidade do que em outros momentos e tornou-se imprescindível falar em inovar e estabelecer estratégias para o futuro. Inovação é um tema recorrente quando se fala em negócios, mas como colocá-la em prática na sua empresa?
Apesar de ser um tema comum, na prática, muitas empresas falham em criar uma Cultura de Inovação e um ambiente que fomente a criatividade. A liderança executiva, na maioria das vezes, tem um olhar voltado para os negócios, com foco em remover riscos, erros e falhas, deixando pouco espaço para testar novas abordagens, experimentar e inovar.
Um dos mitos da inovação é que o pensamento inovador é uma competência rara e que precisa ser provocada – e até mesmo conduzida, por pessoas de fora da organização. Quando, na verdade, a habilidade de inovar e pensar criativamente pode ser desenvolvida entre os colaboradores da empresa, inclusive, a partir do comprometimento das empresas em fomentar o desenvolvimento de Inovadores Corporativos, ou também chamados de intraempreendedores.
Toda organização busca ser um berço para inovações
Mas para desenvolver um ambiente propício para isso, é preciso criar e difundir uma cultura de inovação sustentável. E a cultura nasce das pessoas que estão no dia a dia e começa a partir de lideranças que estimulam os colaboradores a serem mais propositivos e olharem para o futuro, e organizações que criam mecanismos para patrociná-la – investimentos para as ações e benefícios de estímulo para os intraempreendedores.
Na nossa experiência desenhando programas com gestores de grandes empresas que buscam fomentar uma cultura de inovação, observamos que o grande desafio está nos mecanismos institucionais de estímulos, é nesse ponto que o trabalho “trava”.
Não faltam casos para ilustrar a dissonância existente entre o discurso e a prática. Por exemplo: uma holding relevante do setor industrial investia em várias ações de hackathons com startups para soluções de problemas internos, e não investia nada na formação e aculturamento dos seus colaboradores. Por consequência, percebia seus colaboradores fechados às proposições que as startups traziam e achavam que o “investimento não retornava para dentro da empresa”.
Esse é apenas um exemplo real de líderes que, apesar de sensibilizados para inovar, apostam suas fichas nas estratégias equivocadas ou incompletas, sem considerar a importância de uma cultura de inovação bem solidificada.
O intraempreendedor não é um “startupeiro”
Estes profissionais, colaboradores que têm o perfil de inovadores corporativos, têm algumas características semelhantes aos empreendedores – ou, para usar um termo popular, os “startupeiros”. Ambos têm atitudes autônomas, consciência de mercado e pensamentos inovadores.
Porém os intraempreendedores não são muito propensos ao risco e prezam por seus benefícios e de políticas organizacionais, diferentemente de empreendedores autônomos. Essas são apenas algumas das diferenças entre intraempreendedores e empreendedores.
Podemos dizer que os empreendedores mudam o jogo como é conhecido hoje, prezam muito sua liberdade profissional e sabem fazer mais com menos. Já o intraempreendedor é alguém que gera valor, que adere a uma execução menos arriscada e utiliza os recursos da empresa que trabalha. Porém, ambos inovam e lideram inovações. Já no quesito desafios, o empreendedor tem como maior obstáculo a falta de credibilidade e de conhecimento de mercado. Já o inovador corporativo precisa ultrapassar a barreira da cultura organizacional.
A inovação aflora em uma cultura onde as pessoas sentem-se confortáveis em apresentar novas ideias, independentemente do tamanho que estas ideias tenham ou do cargo que estas pessoas ocupem. É preciso estabelecer um clima emocional seguro, com respeito e tomada de decisão compartilhada. Dar autonomia e oferecer espaços para a geração de ideias e desenvolvimento de novas soluções sem conflitar com o modelo de negócios atual. Os colaboradores devem saber que a inovação será sempre recompensada!
O papel do líder no estímulo ao intraempreendedorismo
Os líderes que incentivam intraempreendedores são aqueles que desenvolvem a habilidade de navegar entre diferentes abordagens.
Algumas práticas são comuns às organizações de sucesso ao estimularem um ambiente favorável à inovação e a criação de mecanismos para desenvolver inovadores corporativos, são exemplos:
Liderança preparada: Inovação demanda uma liderança inovadora, apoio da alta gestão organizacional e uma cultura que valorize e estimule a criatividade. Um líder é capaz de colocar sua organização um passo à frente, quando reconhece que a inovação é um processo e habilita sua equipe com ferramentas e recursos para explorar suas ideias inovadoras.
Foco na geração de valor: Estimular a criação de valor por meio da conversão de uma ideia em um novo processo, produto ou prática, ou mesmo melhorias em um produto, processo ou prática existente.
Transparência e alinhamento: Os colaboradores naturalmente querem inovar, mas, muitas vezes, não sabem o que a empresa precisa com clareza. Geralmente, têm pouca visão da estratégia, por isso, a gestão precisa lembrar que ideias surgem mais nos corredores do que salas de conselho.
Inovação começa pelas pessoas e transborda para a cultura organizacional: Inovação não se ordena. Se fomenta. Ela deve ocorrer de forma descentralizada, porém, coordenada. Inove criando iniciativas que estimulem pequenos ganhos para os grandes virem em sequência.
Tolerância ao risco: Promova autonomia e espaço para que ideias sejam geradas (sem conflitar com modelo de negócios atual). Uma organização que deseja ganhar e manter sua vantagem competitiva precisa criar um ambiente onde os intraempreendedores sintam-se empoderados e seguros para arriscar.
Capacite os envolvidos: A inovação acontece quando as pessoas têm conhecimento e recursos adequados para criar valor. Ofereça ferramentas para as pessoas poderem incorporar novas ideias, produtos, serviços ou processos em uma organização para melhorar seu desempenho e competitividade.
Tenha diversidade e colaboração: Desenvolva um processo horizontal que integra a organização para construção colaborativa de soluções inovadoras, observe, também a diversidade nos processos de inovação.
Em suma, para que sua empresa seja um ambiente que desenvolve intraempreendedores, é preciso fomentar uma cultura de liderança criativa e incentivar a inovação.
Além disso, também é importante ter processos bem desenhados, com um Roadmap para pautar
uma Jornada de Intraempreendedorismo da empresa, de forma a fomentar a criatividade e a experimentação.
Com essas medidas, sua empresa estará no caminho certo para criar um ambiente que desenvolve intraempreendedores e promove a inovação.
Inovação de verdade e na prática
No CESAR, apoiamos organizações que buscam incorporar novas ideias, produtos, serviços ou processos para melhorar seu desempenho, competitividade e gerar novas fontes de receita.
Desenhamos e operamos, para empresas como Banco do Brasil, SBT, Construtora Tenda e BRK Ambiental, programas personalizados para a realidade, estratégia e maturidade de inovação de cada organização. Programas que fomentam práticas inovadoras cada vez mais recorrentes, alinhadas às metodologias e ferramentas ideais para guiar toda a empresa na busca das melhores soluções estratégicas.