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CESAR .
2023-08-09T00:00:00
Negócios
Inovação, tecnologia e futuro: Reflexões do Rio Innovation Week
Este ano, o CESAR marcou presença, pela primeira vez, no Rio Innovation Week (RIW). O encontro aconteceu entre os dias 3 a 6 de outubro no Píer Mauá, Rio de Janeiro e reuniu inovação e tecnologia conectando sociedade, investidores e empresas de todo o Brasil em um só lugar.
Na sua terceira edição, o RIW contou com 30 conferências sobre os mais diversos setores, como financeiro, energia, varejo, educação e tecnologia. Foram mais de 1.800 palestrantes convidados, 2000 startups e incubadoras e mais de 250 expositores apresentando inovações e soluções – foram 4 dias de muito conhecimento e negócios sendo gerados.
Com um estande próprio e uma equipe focada em explorar e absorver as principais tendências e insights do evento, nosso objetivo foi além de apenas observar. Estivemos no evento para interagir, aprender e também para compartilhar conhecimento sobre o que fazemos e como podemos contribuir para a evolução do ecossistema de inovação brasileiro.
Neste conteúdo, vamos compartilhar os principais destaques e reflexões que tivemos ao longo do evento, reforçando nosso compromisso com a disseminação de conhecimento e inovação. Então, junte-se a nós nesta jornada e explore conosco as tendências, insights e novidades que o Rio Innovation Week tem a oferecer.
Inteligência Artificial moldando o profissional do futuro
Para marcar o início da nossa participação no evento, nosso CEO, Eduardo Peixoto, se uniu a Delmir Peixoto (Petrobras) e Karen Cubas (Universidade IBP) no painel “Futuro Digital: Desafios de Formação e Novas Competências na Era da IA Generativa“. O diálogo instigante explorou a evolução do cenário tecnológico e seu impacto nas competências profissionais exigidas para o futuro no âmbito da Inteligência Artificial generativa.
Karen Cubas, representando a perspectiva acadêmica, ponderou sobre a essência da formação atual e futura, reforçando a necessidade de uma educação que seja adaptável e resiliente às transformações tecnológicas. Por outro lado, Delmir Peixoto trouxe à tona os desafios e aprendizados da Petrobras na integração de IA generativa em seus processos industriais, e a necessidade de uma força de trabalho multifacetada e fluente em tecnologia.
Eduardo, unindo pontos entre academia e mercado de trabalho, abordou a integração e colaboração entre estes dois mundos. A necessidade de uma sinergia onde a academia provê insights e pesquisas e a indústria oferece aplicabilidade prática e casos reais, estabelecendo uma sociedade mais capacitada e preparada.
Tecnologia transformando ambientes e vivências periféricas
No palco Impact 4 Change, Eduardo participou de uma discussão com João Bonelli (PUC-Rio) e Gean Guilherme (2050). A palestra, intitulada “Tecnologia Transformando Centros e Periferias”, explorou as múltiplas facetas de como a tecnologia pode ser um agente de mudança em diferentes contextos urbanos.
Centrando-se na premissa de que a tecnologia, em sua essência, é uma ferramenta que pode ser utilizada para construir pontes entre diferentes realidades sociais e econômicas, os palestrantes compartilharam perspectivas e cases sobre como a inovação tecnológica tem o poder de conectar centros urbanos e periferias, gerando impacto social positivo.
O fundador do “2050”, Gean Guilherme, acredita no poder das inovações incubadas em hubs dentro da própria favela, sinalizando que a tecnologia aplicada corretamente pode ser revolucionária na vida das pessoas. No CESAR, o compromisso se estende a materializar oportunidades, alimentando o ecossistema de inovação em Recife e oferecendo educação tecnológica acessível.
Ao confrontar a teoria com a prática, os insights revelam que quebrar barreiras educacionais e integrar o contexto dos estudantes com novas tecnologias são passos fundamentais para uma educação mais rica e inclusiva.
Principal insight da participação de Eduardo: As realidades física e digital devem se complementar, não competir.
IA: A nova orquestradora financeira
A Inteligência Artificial vem orquestrando movimentos estratégicos no setor financeiro. Com a emergência do Pix, open banking e open finance, a tecnologia tem potencial para ser a cartilha de um sistema financeiro mais intuitivo e eficiente.
Duas instituições-chave, BACEN e o Fundo Monetário Internacional indicam a seriedade do emprego responsável e regulamentado da IA, alinhado com uma visão global e local de mitigação de riscos e proteção de dados. No campo prático, a IA favorece a interpretação do comportamento do cliente, facilitando transações financeiras e assegurando uma jornada mais segura e personalizada.
Insight em uma frase: Equilibrar riscos, impactos e ganhos para uma IA responsável no setor financeiro.
Educação e tecnologia: Um diálogo humanizado
Seguindo a jornada de trocas e aprendizados, conferimos a palestra: “Educação mediada por Tecnologias: oportunidades e desafios” com Ivys Urquiza. A conversa foi pautada na interface entre tecnologia e educação, ressaltando que, apesar da tecnologia ser um potencializador, a educação é, essencialmente, uma atividade humana.
A nova IA com diálogos mais humanizados indica que a combinação do humano com o digital é não apenas possível, mas profundamente enriquecedora. Entender a tecnologia como uma aliada e não um adversário é imperativo, e substituir o “conhecimento enciclopédico” pela habilidade de combinar informações de diversas fontes – a “combinatividade” – é onde reside a verdadeira criatividade e inovação.
Insight em uma frase: Tecnologia como potencializadora de uma educação mais humana e criativa.
Inovação e Ciência para criar beleza
Prestigiamos, também, a palestra “Inovação e uso de IA para desenvolver produtos de beleza”, ministrada por Milene Haraguchi, Cientista Sênior do Grupo Boticário, nosso grande parceiro.
Milene compartilhou como o Grupo está incorporando IA no processo de criação e desenvolvimento de seus produtos, a aplicabilidade prática e o impacto tangível dessas tecnologias. Como a IA pode ser utilizada para criar produtos mais sustentáveis, éticos e alinhados com as expectativas do consumidor no mundo real?
Na palestra, Haraguchi compartilhou o case de sucesso do Batom Inteligente, parceria entre o CESAR e o Grupo Boticário, que se trata de um dispositivo inclusivo que conta uma tecnologia baseada em inteligência artificial, capaz de tornar possível a aplicação de batom automaticamente, sem borrar, diferenciando a pele dos lábios e do rosto com precisão.
Insight: O uso de IA em P&D não é apenas eficiente, mas também uma nova fronteira para a personalização de produtos de beleza.
Qual é o futuro da mobilidade?
Nos aproximando do final do evento, não poderíamos deixar de explorar o vasto e promissor mundo da mobilidade elétrica. Na palestra “Futuro Elétrico: Mobilidade aliada ao futuro”, conferimos uma mesa com nomes como Guilherme Barbalho, Head de Planejamento da GMW Motos Brazil, Hálef Soler, Head de Inovação da Oracle e Elifas Vargas, Cofundador da Kreativ.
Para Barbalho, para além da tecnologia por trás do veículo, o seu design e o powertrain são essenciais para o mercado brasileiro, que adquire um carro tanto por sua estética quanto pela performance e transmissão – um reflexo da paixão nacional por carros e dirigir.
Além disso, uma das tecnologias emergentes atualmente é a otimização do carregamento de veículos elétricos. Esse conceito não apenas já existe, como está em desenvolvimento ativo. A grande novidade é a velocidade desse carregamento. Hoje, muitos proprietários de carros elétricos carregam seus veículos durante um período significativo, às vezes, ao longo de uma noite em suas garagens. As indústrias estão em busca de tecnologias que promovam carregamentos rápidos.
E, se falamos de carros elétricos, falamos de sustentabilidade. Nesse novo contexto, o desafio de solucionar onde, quando e quantos carregadores devem ser instalados nas cidades é vital para tornar a mobilidade elétrica uma opção viável e sustentável. Isso quer dizer que as inovações tecnológicas devem ser harmonizadas com novos modelos de consumo e uma compreensão clara dos custos e benefícios envolvidos.
Inteligência Artificial: Conduzindo ou desviando o futuro?
Uma palestra chamada questiona se a IA está atropelando ou abrindo caminhos, com certeza, haverá um debate esclarecedor. Nela, os painelistas conversaram sobre a IA, às vezes, parece um conceito futurista, quando, na realidade, essa é uma realidade tangível, que deve ser abraçada e compreendida. É necessário que as empresas e os indivíduos estejam preparados para integrar essa tecnologia em suas operações e funções diárias.
Além disso, a percepção de que a IA é uma tecnologia recente nem sempre é verdadeira; ela tem uma história e uma evolução significativas. A resistência a ela pode ser comparada à resistência passada às transições tecnológicas, como a mudança da datilografia para a computação. Afinal, tecnologias vêm com suas inúmeras aplicações e vantagens. Por exemplo, o digital já alterou significativamente o trabalho, possibilitando a coleta de dados em tempo real e decisões mais ágeis e informadas.
Mas, o futuro é incerto. A inserção da IA nas operações diárias traz consigo questões vitais de moralidade, ética e segurança. O desenvolvimento e treinamento de equipes para operar em sintonia com a IA é um desafio que já está à mesa. Com múltiplas opções e uma paciência cada vez menor por parte dos consumidores, as empresas precisam refletir sobre suas operações, cultura e adaptações necessárias para se manterem relevantes na era digital.
A inovação começa nas pessoas e você pode encontrá-la em qualquer lugar
As tendências do Rio Innovation Week desenharam um panorama onde a tecnologia, em suas diversas aplicações, convergia para um ponto comum: a humanização. Seja facilitando acessos financeiros, democratizando a educação, impulsionando desenvolvimento local ou inovando em produtos, a IA e as novas tecnologias mostram que o futuro é intrinsecamente humano e digital.