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CESAR .


2024-01-11T13:23:30

Educação


PBL: a parceria entre escola, empresa e aluno na solução de desafios reais desde o primeiro dia de aula

Alunos da C.E.S.A.R sorrindo para a câmera utilizando aparelhos notebook em espaço comum

Uma pista de dança para ensinar os visitantes do museu Paço do Frevo a darem os primeiros passos no ritmo. Um mecanismo para aumentar o engajamento com o Som na Rural, do agitador cultural Roger de Renor. Um controle de acesso em ambiente de coworking. Uma plataforma para registrar o resultado de visitas a pacientes do Hospital Universitário Oswaldo Cruz. Uma plataforma para doadores encontrarem ONGs mais facilmente. Uma pulseira para auxiliar deficientes visuais a fazerem trilhas na mata. Um rastreador com bluetooth para monitorar os bichos-preguiça-de-garganta-marrom do Parque Estadual de Dois Irmãos. Os tão distintos projetos têm, em comum, o uso da tecnologia e alunos da CESAR School como criadores, através de uma metodologia aplicada nos cursos de graduação desde o primeiro semestre de aula.

Trata-se do PBL, o Problem-Based Learning. Com nome autoexplicativo, o Aprendizado Baseado em Problemas é um método de ensino focado na solução de desafios reais de forma colaborativa. Nas disciplinas de Projetos da CESAR School, estudantes de diferentes cursos formam grupos para elaborar um Protótipo Conceitual, a partir da demanda apresentada por uma empresa, do Porto Digital ou mesmo fora do ecossistema, selecionada por edital de parceria lançado pela School a cada semestre letivo.

Para os bacharelados de Ciência da Computação e Design, os projetos são desenvolvidos em grupos formados por alunos dos dois cursos e de mesmo período acadêmico. A resolução de problemas e a experiência do usuário é liderada pelos futuros designers, enquanto a estrutura lógica, os aspectos técnicos e a implementação são conduzidas pelos aspirantes a cientista da computação. “A formação multidisciplinar dos grupos permite que os estudantes troquem conhecimentos específicos e, ao mesmo tempo, desenvolvam os projetos sob a ótica da computação e do design centrados nos usuários”, explica Ivo Henrique Dantas, coordenador das disciplinas de Projetos e professor nos cursos de graduação em Design, Ciência da Computação e Gestão de Tecnologia da CESAR School.

Para os cursos tecnólogos de Gestão de Tecnologia, Sistemas de Informação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, mantém-se a lógica do PBL, mas com grupos de estudantes do mesmo curso. Durante todo o processo, são aplicadas metodologias de pesquisa, análise, construção e validação da solução proposta. A avaliação dos projetos considera cinco quesitos: conteúdo, processo, resultado, performance e satisfação do cliente. Este modelo é chamado de Avaliação Autêntica, pois busca analisar os alunos não somente por critérios acadêmicos, mas também com requisitos comumente adotados pelas empresas.

“A preparação para o mercado de trabalho ocorre desde o primeiro dia de aula na CESAR School”, afirma Ivo. A ênfase, especialmente nas disciplinas de Projetos, é dada a temas relacionados à inovação, empreendedorismo e liderança, com estímulo ao pensamento crítico. “O nosso objetivo é formar profissionais protagonistas, para empreender e criar suas próprias empresas ou para inovar e transformar as empresas onde trabalham ou vão atuar”, completa o professor.

Ao fim de cada semestre, os clientes dos Projetos são convidados para um workshop, onde serão apresentados os resultados das pesquisas, no formato de pitch. Nessas apresentações orais de cinco minutos, as empresas podem analisar a viabilidade das soluções para os seus problemas propostos. Aos docentes, é a oportunidade de avaliar o desenvolvimento do raciocínio e comunicação, dentro do modelo ensino-aprendizagem que incentiva a colaboração e, ao mesmo tempo, valoriza os saberes e as experiências individuais. Afinal, o PBL possibilita um ambiente mais personalizado e adaptativo, no desafio de aliar a formação acadêmica à prática profissional, com aprendizagem ativa, cooperativa, problematizadora, centrada nos aprendizes, no processo e na prática.

IMPACTO SOCIAL
Alinhar projetos de tecnologia e inovação com demandas sociais também faz parte da metodologia de ensino na CESAR School. Muitos dos trabalhos desenvolvidos nas disciplinas de Projetos são feitos em parceria com organizações não-governamentais. Fundada em 1993, a ONG Gestos tem construído uma longa história com ações para a prevenção do HIV, oferta de serviços especializados gratuitos para pessoas com HIV/Aids e atividades para populações vulneráveis ao vírus em comunidades de baixa renda do Grande Recife. São centenas de pessoas soropositivas atendidas, com assistências clínica, psicológica, jurídica e social.

Para informatizar e agilizar o trabalho, uma turma de alunos da CESAR School elaborou um sistema de gestão e organização de dados. “Muitos dos processos, especialmente no setor de enfermagem, são manuais. Muitos papéis e planilhas sem lugar certo para serem armazenados. Um trabalho excessivo que poderia ser feito de forma mais ágil”, explica Marcela Ribeiro, estudante de Design e uma das integrantes do grupo de estudo. A equipe desenvolveu um protótipo onde estão o cadastro dos pacientes e o registro com todo o histórico de atividades e consultas.

“Desenvolvemos uma interface bem simples, para analisar tudo de forma rápida. Inclusive para gerar relatórios. O que se levava semanas, pode ser feito com poucos cliques”, diz Rodrigo Albuquerque, aluno do curso de Computação. “Todo o resultado do ano é inserido no relatório anual da entidade, o Gestos em Números, como uma forma de prestar conta aos patrocinadores e doadores. Então, produzir esse relatório é uma das maiores dificuldades da ONG”, complementa o estudante Danilo Aragão.

Além da criação do sistema de dados, a Gestos foi foco de outros dois trabalhos: um com a perspectiva do troco solidário através de PIX, para doações em compras com pequenos comerciantes, e outro terceiro para desenvolver um sistema de gestão de contatos de mídia, para ajudar com a divulgação de ações e estreitando a relação com a imprensa. “Design e Computação se complementam muito. Em todo processo de pesquisa, nenhum trabalho foi só de um lado”, conclui Marcela Ribeiro.


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