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CESAR .


2022-03-08T00:00:00

Tecnologia


O metaverso é uma realidade. Como ele nos afeta?

Por: Guilherme Menezes (Moika), Software Engineer Consultant no CESAR

Com sua primeira referência em Snow Crash (1992), Neal Stephenson, metaverso é um conceito de uma evolução na interação homem-máquina com a criação de um “universo” paralelo e concorrente ao mundo real. Interação que na ficção chega a uma distopia onde vírus criados para as máquinas podem afetar os seres humanos e vice-versa.

Essa ideia traz mundos virtuais que se integram ao mundo real e incrementam as interações sejam elas reais, aumentadas (mistas) ou virtuais se tornando uma experiência perene ao mundo real. A regra é: metaverso existe e ele te afeta.

Metaverso na arte

Outros exemplos na literatura que trouxeram o conceito à tona de forma visual e são amplamente conhecidos pelo público:

Matrix (1999)

Nesta obra vemos claramente um mundo virtual, a Matrix, que nos é apresentado como uma representação fiel ao mundo real que conhecemos, já que no mundo dos filmes, a sociedade e o planeta foi tomado pelas máquinas.

Os personagens que se desconectam da Matrix (metaverso) e conseguem transitar entre os mundos nos mostram o conceito de que os mundos são interligados e suas interações são fortes, de forma que alguém se machucar na matrix também se machuca no mundo real.

Jogador número 1 (2011/2018)

Aqui nos é mostrado como meio de “entrar” no mundo virtual do metaverso a utilização de dispositivos, como óculos de realidade virtual, para visualizar e interagir com outros usuários e as atividades criadas para esse mundo.

E de forma bem convincente mostra as implicações que conquistas no mundo virtual pesam para o mundo real, trazendo toda a trama em volta de buscar objetivos no mundo conectado para evitar catástrofes, gerada por humanos, no mundo real.

Também apresenta conceitos mais recentes de interação ao utilizar equipamentos de feedback tátil como luvas, coletes, e outros dispositivos que detectam movimentos humanos e os traduzem ao metaverso, aqui chamado de Oásis.

Afinal, como o metaverso funciona?

O metaverso pode ser alcançado com a integração da tecnologia de realidade virtual e aumentada, através da criação de perfis virtuais dos usuários e formas de interação e comunicação, compartilhamento das informações e acontecimentos entre os mundos real e virtual.

Tecnologia não é o fim, mas um meio impulsionador

A utilização de dispositivos tecnológicos são fundamentais para a imersão nos mundos virtuais como óculos de realidade virtual, telas de dispositivos, hologramas.
Podemos imaginar o uso dessas tecnologias integradas ao dia a dia de diversas formas, como por exemplo, ir a um restaurante drive-through e ser atendido através de um computador, onde escutamos um atendente e nos comunicamos por um microfone embutido. Agora com essa mesma experiência, colocamos uma Inteligência Artificial e exibimos o atendente virtual através de um holograma.

Não parece ser algo que está tão longe, correto? Então o metaverso já existe?
Alerta de Spoiler! Não, não existe. Ainda. Não da forma como foi conceituado e idealizado. O que vemos hoje são experiências isoladas que estão mais próximas de demonstrações da tecnologia e sistemas com um objetivo isolado. Um jogo, por exemplo.

Fazendo um paralelo com um dispositivo móvel, consiste em aplicativos desenvolvidos para o aparelho, um sistema operacional que provê os recursos e acessos aos aplicativos e funcionalidade, e o usuário que utiliza o aparelho. Dentro desse espectro, o estado que estamos com o metaverso está na criação de alguns aplicativos e muitas provas de conceito [POC’s] para validar algumas interações.

Então temos ainda bastante chão, mas o que é animador é desafiador na busca do metaverso é que cada passo atrás uma descoberta palpável e experimentável. E devemos cruzar muitos conceitos hoje existentes e funcionais como descentralização, blockchain, NFT, criptomoedas, realidade virtual e aumentada, e mais.

E porque queremos o metaverso?

Um benefício claro da busca pelo metaverso é a constante evolução técnica exigida para sua existência. É necessário termos avanços tecnológicos nas áreas de realidade virtual como óculos 3D com maior capacidade computacional e independência, além de ergonomia e conforto.

Outro ponto são os hologramas como algo mais sustentável e corriqueiro e não apenas em ambientes montados e preparados. Além de novos dispositivos sensoriais e de feedback (o nome aqui é acessibilidade e usabilidade). Assim como evolução no hardware necessário para atender o processamento como placas de vídeo, processadores e afins.

Outro aspecto que trazemos evolução com o metaverso é a qualidade e potência da conexão e acesso à internet. Para termos servidores e máquinas capazes de prover o metaverso e se conectar de forma a não ter más experiências de uso, uma conexão estável e com baixa latência é necessária.

O metaverso também abre um leque enorme de possibilidades de interação, tema importante principalmente em tempos de interações remotas como em pandemias e necessidades de isolamento.

Se é antigo, por que só agora?

Falando em avanços tecnológicos, maturidade de tecnologias e interações remotas, é um bom momento para se falar de uma inovação disruptiva. Considerando inovação disruptiva a mudança em que “quebramos” a forma convencional de interação, o metaverso é uma mudança disruptiva na forma em que interagimos com o mundo virtual e com pessoas do mundo inteiro.

Salas de reunião virtuais, ambientes completamente virtuais acessíveis, possibilidade de locais de compras e outros serviços básicos de forma remota são uns dos exemplos que o metaverso permite alcançar e, com o momento de pandemia alinhado ao avanço tecnológico nas pesquisas de realidade virtual e novas interações, indicam que essa aposta estava praticamente pedindo para ser feita.

Juntando o momento de isolamento e as mais recentes evoluções na tecnologia foi identificado um bom momento para se falar novamente em metaverso. E experimentar.

Qual desafio na implementação do metaverso?

Um grande desafio envolvido na implantação do metaverso é referente ao custo de se manter toda a infraestrutura. É de se esperar que exista uma busca pela maior relevância em disponibilizar e prover serviços de metaverso, mas para considerar um “mundo paralelo que ocorre ao mesmo tempo e ligado aos acontecimentos do mundo real” devemos ver uma área enorme de investimento em recursos e tecnologia para atender. A descentralização como vemos evoluindo no tema de criptomoedas pode ser uma grande aposta para conquistar tal infraestrutura.

A maturidade da tecnologia para recursos de realidade virtual também é um desafio em que vemos grandes avanços mais recentes e que ainda devem passar por atualizações até chegarmos em dispositivos mais acessíveis e menos incômodos de serem utilizados. Apertar um botão intangível, mexer em uma maçaneta virtual, ainda são experiências um pouco desconfortáveis e que requerem um bom nível de abstração para entender que mesmo não sentindo tatilmente você é capaz de tocar no virtual.

Há também a segurança de dados e transações, assunto recorrente em qualquer serviço online e principalmente por se tratar de uma escala global. Perguntas como: “Qual a moeda do metaverso?”, “Meus dados estão expostos?”, “Quais as regras e leis que regem as ações no metaverso”; devem acontecer ao longo do tempo.

E nosso Brasil tem espaço?

Sabemos que o acesso à internet de qualidade com preços justos e também dispositivos de ponta como óculos de realidade virtual hoje em dia no Brasil podem ser considerados como luxo.

Para se considerar viável uma implantação como a do metaverso devemos considerar se a tecnologia ou serviço é popular e acessível, o que pode ser um grande desafio atualmente para o Brasil.

A busca por serviços menos rebuscados e que precisem de menor poder de processamento e conexões podem ser as apostas para popularizar o metaverso e abrir as portas para um uso massivo. Serviços como salas de reunião virtual [2D] usando dispositivos móveis ou computadores pessoais, interações de realidade aumentada que usem de baixo processamento como a câmera e a tela do celular podem ser serviços que incitam a população no uso do metaverso.

Como podemos contribuir?

Além da infraestrutura e os recursos necessários para o metaverso existir, é necessário provedores de serviços, criadores de conteúdo, criação de hardware e software, usuários e outros agentes importantes.

O espaço para atuar no metaverso e na sua busca é enorme, empreendedores de todos os níveis podem encontrar uma lacuna e atuar nela. É imprescindível termos evoluções nas pesquisas e criação de novos dispositivos físicos [hardware] que tragam novas interações homem-máquina, desenvolvimento dos serviços [software] que trarão as funcionalidades desse mundo paralelo.

A resposta aqui é: metaverso é um conceito em construção, a criatividade é o limite.

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