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CESAR .
2016-08-29T00:00:00
Tecnologia
IoT: onde estão os negócios?
Por Eduardo Peixoto – Executivo Chefe de Negócios do CESAR
Objetos conectados e inteligentes podem ler contextos para nós o tempo inteiro e, a partir da leitura deste contexto e da troca de informação entre objetos, tornar a nossa vida mais fácil, mais inteligente… SMART LIFE!
Vamos começar contextualizando: a IoT, Internet of Things, do inglês, e, por aqui, internet das coisas, é mais uma fase da evolução da internet. Aquela que para a maioria de nós começou em 1995 interligando nossos computadores pessoais e possibilitando, num primeiro momento, acesso a sites — cuja existência descobríamos comprando revistas que agrupavam links por assuntos. Daí, apareceram os buscadores, como Altavista, Yahoo e Google, um monte de portais e negócios de todos os tipos. Alguns muito bons como a Amazon e diversos outros muito ruins, que acabaram dizimados com o estouro das “pontocom”. É por aqui que começa a fim da mídia como conhecíamos e o surgimento dos negócios virtuais.
Depois do estouro da bolha das “pontocom”, entramos na fase de conectar pessoas. É a época das redes sociais. Surgem Myspace, Orkut e, pouco depois, o Facebook. Em parte, uma sofisticação dos chats como o ICQ e o MSN, mas que agregavam mais pessoas numa conversação dessincronizada. É esta fase que dá poder e voz às pessoas e muda a relação de forças entre elas e as marcas e governos.
Na terceira e atual onda da rede, vamos conectar os objetos. Quais? Todos eles. Lâmpadas, carros, geladeiras, qualquer um que você imaginar e que faça sentido. E para quê? Para tornar nossas vidas mais eficientes. Objetos conectados e inteligentes podem ler contextos para nós o tempo inteiro e, a partir da leitura deste contexto e da troca de informação entre objetos, tornar a nossa vida mais fácil, mais inteligente… SMART LIFE!
Sim, no futuro não muito distante os carros conectados serão capazes de saber precisamente quando parar para uma revisão, e então entrar em contato com a concessionária para verificar disponibilidades, acessar sua agenda no smartphone e propor o melhor dia e hora para você levar o carro na oficina mais próxima da sua casa ou do seu trabalho, dependendo da sua preferência. As geladeiras também poderão se comunicar com as embalagens de alimentos e sugerir receitas que utilizem produtos mais próximos do fim da validade, ou mesmo entrar em contato com o supermercado em que você tem cadastro para que ele envie os alimentos que precisam ser repostos. E podemos imaginar muitas outras aplicações e serviços em diversos setores.
Estas mudanças já estão em curso. Só na indústria automobilística, é esperado que 75% dos carros produzidos até 2020 saiam de fábrica prontos para conexão. Cidades devem investir cumulativamente US$ 133 bilhões em tecnologias de IoT até 2019. Na agricultura, teremos cerca de 75M de dispositivos conectados gerando 4,1MB de dados por fazenda até 2020. E o motivo para essa corrida não é outro senão econômico. Um estudo da GE aponta para uma economia de pelo menos US$ 63 bilhões apenas na área da saúde com a adoção de objetos conectados. Outro estudo, da Accenture, fala em US$ 10,6 trilhões de contribuição cumulativa da IoT quando aplicada à indústria. Os negócios veem na IoT oportunidades enormes de redução de custos operacionais, aumento de eficiência e oferta de novos serviços.