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CESAR .
Publicado em: 20 de março de 2025
Educação
Como parcerias público-privadas criam acesso a educação digital e inclusão?
![[2024] 12 – VISITA A ESCOLA BERNARDO VIEIRA – 4957-2 Parcerias público-privadas](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fwww.cesar.org.br%2Fpainel%2Fwp-content%2Fuploads%2F2025%2F02%2F2024-12-VISITA-A-ESCOLA-BERNARDO-VIEIRA-4957-2.jpg&w=1920&q=75)
É possível ajudar a transformar vidas ao proporcionar novas oportunidades e habilidades para o futuro do trabalho. No contexto de educação digital e inclusão digital, isso significa capacitar as pessoas a utilizarem as tecnologias para desenvolver competências que serão fundamentais para suas carreiras, tanto no presente quanto no futuro.
O uso da tecnologia permite que as pessoas desenvolvam habilidades que promovem autonomia no trabalho, na gestão de sua carreira e em suas vidas pessoais. Isso porque, ao dominar ferramentas digitais, as pessoas aumentam sua qualificação, se mantendo competitivas e preparadas para as demandas do mercado, além de expandir suas oportunidades de trabalho — seja no mercado formal, em freelancing ou no empreendedorismo.
Esses conceitos se tornam ainda mais poderosos com parcerias público-privadas. Quando governos, empresas, ICTs e outras instituições se unem, é possível reduzir desigualdades no acesso à tecnologia. Isso cria oportunidades para mais pessoas. A capacitação digital vai além da capacitação. Ela se torna uma poderosa ferramenta de transformação social e econômica.
Vamos explorar, a seguir, como essas parcerias podem gerar impacto positivo e como iniciativas bem-sucedidas estão apontando para um futuro mais inclusivo e digitalmente conectado.
O desafio da inclusão digital no Brasil
A falta de acesso à tecnologia ainda é uma das principais barreiras que impedem o desenvolvimento de muitas pessoas e regiões. Imagine a dificuldade de ter acesso a serviços de saúde, educação ou oportunidades de emprego sem computador ou conexão à internet. Esse cenário cria um ciclo de desigualdade, afetando principalmente as comunidades desprivilegiadas e as pessoas que já enfrentam desafios socioeconômicos.
A deficiência no sistema educacional também contribui para a exclusão digital. A falta de capacitação digital impede que muitos indivíduos desenvolvam as habilidades necessárias para navegar no ambiente digital, limitando suas oportunidades de emprego e participação social.
A boa notícia é que a educação digital tem o poder de mudar esse cenário. Quando investimos em capacitar as pessoas para usarem a tecnologia, elas têm acesso a novas oportunidades e conseguem melhorar a qualificação profissional e a autonomia. Isso não precisa acontecer de forma isolada.
Aqui entra a colaboração entre governos, ICTs (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) e empresas privadas. Quando esses setores trabalham juntos, criam soluções que democratizam o acesso à tecnologia. Um bom exemplo disso são as políticas públicas de inclusão digital, como aquelas que oferecem internet gratuita em escolas e em comunidades em contextos socioeconômicos desfavorecidos.
Além disso, incentivos como o FIA (Fundo para a Infância e Adolescência) têm um papel importante, apoiando projetos educacionais que integram tecnologia e inclusão digital. Esses recursos possibilitam a capacitação de crianças e adolescentes, com acesso a ferramentas para o desenvolvimento de habilidades profissionais e a inserção no mercado de trabalho digital.
No fim, a capacitação digital tem um poder transformador. Ela não só oferece as habilidades necessárias para que as pessoas acompanhem o mundo digital, mas também abre portas para novas oportunidades e projetos.
Parcerias público-privadas como catalisadoras de oportunidades
As parcerias público-privadas têm se mostrado fundamentais para reduzir desigualdades sociais. As ICTs (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) desempenham um papel estratégico ao desenvolverem soluções educacionais que atendem às demandas de um mundo cada vez mais digital.
Exemplos concretos mostram como essas colaborações têm gerado impacto positivo. Programas de capacitação digital, por exemplo, ajudam a preparar jovens e adultos para o mercado de trabalho, enquanto incentivos fiscais para empresas que investem em educação tecnológica estimulam o setor privado a participar ativamente dessa transformação.
Além disso, a parceria entre startups de tecnologia e o setor público tem acelerado a digitalização em áreas historicamente excluídas, como comunidades rurais e periferias urbanas. Algumas iniciativas bem-sucedidas que ilustram o potencial de inovação no Brasil dessas parcerias incluem:
- Projetos de conectividade em escolas públicas: programas que levam internet de alta qualidade a escolas em comunidades afastadas, garantindo que estudantes tenham acesso às mesmas oportunidades digitais que seus pares em áreas urbanas;
- Capacitação de professores: políticas públicas voltadas para formar educadores no uso de tecnologias educacionais e metodologias ativas, permitindo que eles ensinem disciplinas digitais de forma prática e envolvente;
- Investimentos privados em capacitação digital: empresas do setor tecnológico têm criado programas voltados para públicos vulneráveis, como jovens em situação de risco ou moradores de áreas periféricas, promovendo inclusão social e econômica.
Esses exemplos demonstram que, quando diferentes setores se alinham com um objetivo comum — como democratizar o acesso à tecnologia —, os resultados não apenas beneficiam mais pessoas, mas também criam soluções sustentáveis e adaptáveis às mudanças futuras.
Parcerias bem estruturadas são capazes de transformar realidades locais e contribuir para um futuro mais inclusivo. Aprofunde mais sua leitura sobre o tema em nosso e-book sobre novas fronteiras da educação digital e entenda o papel dos projetos educacionais na promoção de impacto e inclusão socioprodutiva.
Modelos e iniciativas bem-sucedidas
Diversos projetos bem-sucedidos demonstram como a educação digital e a inclusão podem transformar vidas. A seguir, destacamos três iniciativas inovadoras que se destacam tanto no Brasil quanto em outros lugares:
Florescendo Talentos
Em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco, o CESAR criou programa Florescendo Talentos, uma iniciativa focada em capacitar estudantes da educação básica em tecnologia. Este projeto já visa beneficiar mais de 26 mil estudantes no estado, oferecendo cursos técnicos em áreas como desenvolvimento de sistemas web e visualização de dados.
A proposta é não apenas levar tecnologia e inclusão digital a jovens em idade escolar, mas também reduzir a evasão escolar. A iniciativa também busca integrar as escolas às demandas do mercado de trabalho, criando um caminho direto para a empregabilidade
Lagoa de Itaenga
O programa de inclusão digital em Lagoa de Itaenga é um exemplo notável de como parcerias público-privadas podem promover a capacitação digital em comunidades em situação de vulnerabilidade social. Desenvolvido pelo CESAR em colaboração com a Associação Conexão Social, esse projeto oferece formação especializada para jovens e idosos, preparando-os para novas possibilidades de carreira.
Para os jovens, o projeto Passaporte Digital oferece uma formação completa voltada para habilidades tecnológicas e competências do mercado de trabalho, como programação, redes de computadores, design e segurança cibernética.
Além disso, são desenvolvidas habilidades sociais e de trabalho em equipe, preparando-os para ambientes profissionais dinâmicos e colaborativos. O foco é dar aos jovens de Lagoa de Itaenga acesso a oportunidades profissionais, promovendo empreendedorismo digital e abrindo portas para carreiras no setor tecnológico.
Já para os idosos, o programa Conecta Vidas foca na inclusão socioprodutiva e no letramento digital. Através do uso da tecnologia, os idosos aprendem a realizar tarefas cotidianas, como pagar contas, navegar nas redes sociais e entender cidadania digital e fake news. O objetivo é proporcionar autonomia aos idosos, permitindo que se conectem digitalmente com o mundo, enquanto fortalece suas interações sociais e promove um envelhecimento ativo.
Esse modelo de formação inclusiva é pensado para superar a barreira da exclusão digital, fornecendo aos participantes acesso à educação digital e novas formas de geração de renda. A capacitação também busca reforçar a autonomia dos indivíduos, promovendo uma mudança significativa em suas perspectivas de vida.
Oi Futuro – Programa NAVE
O Projeto NAVE Oi Futuro é uma parceria entre o Instituto de Responsabilidade Social da Oi, o Oi Futuro, as secretarias de Educação de Pernambuco e Rio de Janeiro e o apoio técnico do CESAR. Focado em estudantes do Ensino Médio, o projeto oferece formação técnica em desenvolvimento de jogos digitais e artefatos tecnológicos.
Com o objetivo de capacitar os jovens para desenvolver esses projetos, o NAVE já beneficiou cerca de 2.800 estudantes. Essa formação permite que os alunos se posicionem de forma mais competitiva no mercado de trabalho, proporcionando novas oportunidades profissionais em um mundo cada vez mais digital.
Esses projetos são apenas alguns exemplos de como parcerias público-privadas e a união de forças entre diversos setores têm transformado o panorama da educação digital no Brasil. Cada uma dessas iniciativas contribui de maneira significativa para a inclusão digital, capacitação profissional e a criação de novas oportunidades de emprego para os brasileiros.
A importância da educação digital para reduzir desigualdades
Hoje, o acesso à tecnologia é fundamental para quem quer estar no mercado de trabalho e acompanhar o mundo digital. Com a evolução de tecnologias como inteligência artificial, automatização e a digitalização dos negócios, novas habilidades se mostram necessárias. Profissões que eram praticamente inexistentes, como especialistas em dados e desenvolvedores de IA, agora estão com oportunidades em alta!
No entanto, no Brasil, ainda há uma grande parte da população fora dessa realidade. A falta de infraestrutura, dispositivos adequados e de formação digital impede que muitas pessoas aproveitem essas oportunidades. Esse cenário se agrava quando a exclusão digital vai além do acesso à internet, incluindo a falta de habilidades para navegar no ambiente digital. Isso amplia as desigualdades sociais e econômicas.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2023, 5,9 milhões de domicílios ainda não utilizam a internet. Desses, 46% apontam a falta de conhecimento sobre como usar a tecnologia como a principal razão para não acessar a rede. Esse dado mostra como a inclusão digital é uma prioridade urgente.
Como afirmou Juscelino Filho, Ministro das Comunicações: “A inclusão digital é uma das agendas prioritárias do Governo Federal, com programas que ampliam o acesso à conectividade em diversas regiões do país. […] Um tema que está no centro de todas as ações que estamos atuando no ministério é justamente o resultado final que desejamos, que é essa inclusão digital, é olhar para aqueles brasileiros que de alguma forma ainda estão desassistidos, que ainda não têm acesso, é reduzir desigualdade.”
Com essa visão, fica claro que precisamos de iniciativas que promovam o acesso à tecnologia e à educação digital, que surgem como uma ferramenta poderosa para reduzir essa lacuna. E para que essa mudança realmente aconteça, é necessário que governos, empresas, ICTs e instituições educacionais se unam para criar soluções duradouras.
CESAR: inovação e impacto na inclusão digital
O CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife tem uma vasta experiência em educação, inovação e tecnologia e tem se destacado como um motor de transformação digital no Brasil. Por meio de parcerias estratégicas com governos, empresas e outras instituições, assumimos um papel de liderança criando iniciativas que promovem a inclusão digital e capacitação profissional em diversas regiões do país.