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Publicado em: 17 de abril de 2025

Tecnologia


Dataficação: a tendência em dados que move grandes negócios

 Você provavelmente já ouviu falar na expressão “Data Driven Organizations”, certo? Com o movimento da transformação digital trazido pelo avanço da tecnologia, muitas empresas buscam adotar essa estratégia que, em tradução literal, significa “organizações orientadas a dados” e, no sentido prático, representa empresas que tomam decisões com base na análise e interpretação de dados.

Em 2022, novidades no universo da tecnologia e cibersegurança trouxeram destaque a termos que, apesar de já serem aplicados em algumas organizações, ainda podem ser desconhecidos por outras. Um dos conceitos que têm emergido novamente em discussões, especialmente no âmbito da Data Driven, é a “dataficação”. Neste artigo, convidamos você a conhecer mais a fundo esse fenômeno da Era Digital.

O que é dataficação?

O termo dataficação tem origem na palavra inglesa “datafication” e foi popularizado por Mayer-Schönberger e Cukier, autores do livro Big Data. O conceito se refere à conversão de diferentes aspectos do mundo físico e concreto em dados digitais, permitindo que sejam quantificados, analisados e rastreados em tempo real.

Esse processo possibilita a aplicação de diversas abordagens analíticas, como Analytics Descritivo, Diagnóstico, Preditivo e Prescritivo, tornando a tomada de decisões mais eficiente e embasada.

A dataficação não surgiu da noite para o dia. Seu desenvolvimento acompanha a evolução da tecnologia e da digitalização ao longo das décadas. Desde os primeiros registros de informações estruturadas até a explosão do Big Data e o avanço da Inteligência Artificial, a forma como coletamos, armazenamos e utilizamos dados passou por transformações profundas.

Esse fenômeno envolve a captura de informações anteriormente invisíveis digitalmente e sua conversão em dados. As fontes desses dados podem ser seres humanos, animais, fenômenos naturais, máquinas, objetos, processos e atividades. Após essa digitalização, as empresas conseguem rastrear, monitorar e otimizar diferentes aspectos do mundo, gerando novas oportunidades de negócios e benefícios para a sociedade.

A dataficação está presente em diversas áreas, desde dispositivos inteligentes que monitoram a saúde até algoritmos que personalizam experiências digitais. Seu impacto já é perceptível no dia a dia e deve crescer ainda mais com a expansão da Internet das Coisas (IoT) e o avanço de tecnologias baseadas em dados.

Qual é a relação entre dataficação e Cultura Data Driven?

De certa forma, a análise de dados com o objetivo de desbloquear ganhos não realizados sempre existiu, mas não em uma escala tão grande. No entanto, no atual momento de transformação digital que passamos, cada vez mais organizações estão buscando ser orientadas por dados.

Considerando esse cenário, é possível entender que o desbloqueio do grande potencial do Analytics e da coleta de dados vem crescendo em razão das oportunidades estratégicas percebidas pelas organizações.

Assim, ainda que os dados coletados não sejam usados imediatamente para as estratégias e os processos das empresas, elas também têm a possibilidade de armazená-los e depois decidir mais adiante como serão utilizados.

Quais são as fontes comuns para a dataficação dos usuários?

Novas tecnologias que passamos a inserir em nossa rotina permitiram muitas maneiras de “datificar” nossas atividades diárias e básicas. Confira alguns exemplos:

  • Os dispositivos GPS em smartphones, como o Google Maps, que podem rastrear onde estamos em determinados momentos do dia, além da atividade que estamos fazendo (parados, em deslocamento de automóvel, bicicleta, a pé etc);
  • Aplicativos de atividade física, como corridas/caminhadas, que conseguem monitorar dados como distância, velocidade, pulso, frequência cardíaca, número de passos;
  • Programas que monitoram sono que são capazes de coletar informações como a qualidade do sono, duração e até número de interrupções do sono durante a noite;
  • Aplicativos de compras que monitoram quantidades consumidas em uma família e, a depender das funções, até seus hábitos alimentares.

Todas essas soluções geram dados que facilitam que empresas conheçam seus clientes e, consequentemente, tomem melhores decisões em aspectos como criação de produtos e estratégia de marketing.

Quais as vantagens da dataficação em diferentes indústrias e setores?

A dataficação é uma estratégia utilizada para fomentar diferentes tipos de negócios e gerar impactos expressivos em sua performance e resultados. Conheça alguns:

  • Financeiro: instituições analisam o comportamento de clientes para oferecer produtos personalizados. Dados em tempo real ajudam na detecção de fraudes e decisões automatizadas de crédito;
  • Energia: empresas monitoram consumo em tempo real para prever demandas e evitar desperdícios. Dados de sensores otimizam a manutenção de redes e reduzem falhas no fornecimento;
  • Óleo e gás: sensores em equipamentos monitoram operações em tempo real, prevenindo falhas e reduzindo riscos. Dados geológicos otimizam a exploração de reservatórios e aumentam a eficiência na extração;
  • Mobilidade: dados de GPS e sensores permitem rotas mais eficientes e menos congestionadas. Informações de uso alimentam modelos para melhorar sistemas de transporte urbano.

Quais são os desafios éticos da dataficação?

A crescente coleta e análise de dados levantam dilemas éticos que vão além das regulamentações como a LGPD. Questões como privacidade digital, transparência no uso das informações e consentimento do usuário precisam ser discutidas para evitar abusos e proteger os direitos individuais. Além disso, o uso indevido de dados pode levar à manipulação da informação, impactando desde decisões de consumo até processos eleitorais.

Quais cuidados devemos ter com a dataficação?

O processo de dataficação pode trazer inúmeros benefícios para as organizações, principalmente quando combinado com Analytics e Inteligência Artificial.

No entanto, para que a coleta e o uso de dados sejam feitos de maneira segura e ética, é essencial considerar alguns riscos e desafios. Negligenciar esses aspectos pode gerar impactos negativos, como vazamento de informações sensíveis, perda de credibilidade e até consequências legais.

1. Segurança das informações e privacidade

Um dos principais riscos da dataficação está na segurança dos dados. A coleta massiva de informações, se não for devidamente protegida, pode expor indivíduos e empresas a ataques cibernéticos, vazamento de dados e uso indevido de informações sensíveis.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Lei n° 13.709/2018) regula o tratamento de informações pessoais, garantindo maior controle e transparência para os usuários. Isso significa que empresas precisam adotar medidas para proteger dados sensíveis, definir políticas claras de consentimento e garantir que o uso dessas informações esteja dentro dos limites legais.

Além da privacidade dos clientes, as organizações também devem se preocupar com a segurança dos seus próprios dados estratégicos. O vazamento de segredos comerciais ou dados internos sensíveis pode comprometer sua competitividade no mercado. Para mitigar esses riscos, é essencial investir em cibersegurança, criptografia, controle de acessos e monitoramento constante das informações armazenadas.

A publicação CESAR Spotlight: Horizontes Seguros explora justamente esse cenário, analisando como a convergência entre Inteligência Artificial (IA) e Cibersegurança está moldando o futuro digital. O material aborda riscos, desafios éticos e estratégias para fortalecer a segurança em um mundo cada vez mais orientado por dados.

Quer entender melhor como proteger informações sensíveis e se preparar para os desafios da era digital? Acesse a publicação completa aqui.

2. Qualidade dos dados e governança

Para gerar insights confiáveis, a dataficação exige dados de qualidade ao longo do ciclo de vida. Informações imprecisas podem comprometer decisões, tornando a governança de dados essencial. Empresas devem garantir disponibilidade, integridade e controle de acesso. A transparência também é fundamental para fortalecer a credibilidade e o relacionamento com clientes.

3. Custos e retorno sobre investimento

A dataficação exige infraestrutura robusta, ferramentas especializadas e profissionais capacitados. Esse investimento pode ser alto, e os retornos nem sempre são imediatos.

Muitas empresas têm dificuldade em medir o ROI, já que os benefícios podem surgir a médio ou longo prazo. Além disso, os ganhos nem sempre são financeiros diretos, mas refletem na experiência do cliente, otimização de processos e vantagem competitiva. Para lidar com isso, é essencial planejar bem os investimentos, definir metas claras e acompanhar os resultados com métricas adequadas.

4. Riscos de vieses e impactos na reputação

O uso de dados na tomada de decisões traz benefícios, mas também riscos, especialmente quando há vieses nos algoritmos. Isso ocorre quando os dados usados para treinar modelos de IA refletem padrões discriminatórios. Sistemas automatizados podem reforçar desigualdades e gerar impactos negativos, como:

  • Discriminação em recrutamento: algoritmos podem favorecer perfis semelhantes aos já contratados, excluindo grupos sub-representados;
  • Concessão de crédito: modelos podem negar crédito com base em dados históricos enviesados, sem avaliar a real capacidade financeira;
  • Personalização excessiva: recomendações podem criar “bolhas de informação”, limitando a diversidade de conteúdo acessado.

Para reduzir esses riscos, as empresas devem garantir dados diversos e representativos no treinamento dos modelos. A diversidade das equipes de desenvolvimento também ajuda a corrigir distorções. Além disso, testes rigorosos e auditorias regulares são essenciais para garantir decisões justas e imparciais.

Como o CESAR pode auxiliar nesse processo?

À medida que a dataficação se torna mais comum e impacta cada vez mais a vida das pessoas, o desenvolvimento de novas estruturas para garantir segurança e eficiência no uso de dados se torna essencial.

Como operadores do Centro de Competência em Cibersegurança da Embrapii e MCTI (CISSA), o CESAR atua na pesquisa, desenvolvimento e aplicação de soluções inovadoras para proteger dados sensíveis e fortalecer a governança digital. Se a sua organização ainda não adotou uma Cultura Data Driven, este é o momento ideal para começar.

Com uma abordagem centrada na segurança, ética e conformidade, o CESAR auxilia empresas a transformar dados em inteligência estratégica, garantindo a integridade, confiabilidade e transparência das informações.

Nossa equipe de especialistas implementa estratégias robustas de cibersegurança, alinhadas à LGPD e outras regulamentações, protegendo tanto os dados de clientes quanto os ativos internos das organizações. Se sua empresa deseja explorar o potencial da dataficação com segurança e eficiência, acesse aqui e descubra como podemos impulsionar sua estratégia de dados!


Este conteúdo contou com a colaboração de João Paulo Magalhães, Consultor em Engenharia de Software e Professor da CESAR School.


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