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2024-05-21T19:04:55

Educação


Inclusão socioprodutiva e competências digitais: excluindo uns, incluindo outros

Competências Digitais

Por: Juliana Araripe – Especialista de Soluções Educacionais do CESAR

Atualmente todos os jovens bilionários do mundo são herdeiros, segundo a última edição da Forbes Menores de 30. Essa frase parece destoar da realidade em um tempo em que a sociedade como um todo discute as dificuldades de inserção dos jovens no mercado de trabalho diante do descompasso entre competências digitais e oportunidades. 

Compreendendo a exclusão social

Uma das formas de definir exclusão social é associá-la a desigualdade social, compreendendo que existem grupos com privilégios que os incluem na sociedade em detrimento de outros que são marginalizados a ela. Essa exclusão pode ser observada por diversas óticas e até mesmo do ponto de partida de diferentes conflitos, como, por exemplo, a exclusão social de pessoas pretas, de mulheres, de indígenas, de pessoas com deficiência. 

Existem muitas formas de se classificar a exclusão social e, normalmente consideram-se muitos fatores. Nesse artigo, vamos refletir sobre a exclusão social por privação total ou parcial de acesso à educação e a renda. 

No primeiro trimestre de  2024 em torno de 20% dos jovens estavam em situação de privação de renda e de educação. Em números absolutos são 9,6 milhões de pessoas que estão vulneráveis à exclusão social. Um fato curioso sobre esse número é que em 2022 ele era de 22,4%. Contudo, segundo Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, isso se deve mais à integração dos jovens na força de trabalho do que nas iniciativas educacionais. 

Inserção produtiva e exclusão social 

Entende-se por inserção produtiva o trabalho de integrar pessoas à força de trabalho de maneira significativa e sustentável. Segundo dados da PNAD Contínua, existem 24,9 milhões de jovens com 15 a 29 anos sem ensino superior completo que não estudam, não fazem curso profissionalizante nem cursaram pré-vestibular. Em outras palavras, existe um alto número de jovens que atualmente estão inseridos no mercado de trabalho mas que não estão desenvolvendo competências profissionais para permanecer nele. 

Os dados mostram que dos 15 aos 17 anos os jovens trabalham mais do que estudam, o que é esperado. Entre 18 a 24 anos a incidência de pessoas que apenas estudam tem sido substituída por aquela que reflete as pessoas que apenas trabalham até que na faixa entre  25 a 29 anos cerca de 60% das pessoas apenas trabalham. 

Essa realidade apresenta que a inserção no trabalho pode competir com o desenvolvimento profissional na vida desse jovem se não houverem iniciativas de tornar essa integração sustentável. Em outras palavras, se no Brasil é uma preocupação que os jovens sejam socialmente excluídos por privação de educação e renda, a tendência sinalizada é que haja um risco de privação de educação em detrimento da obtenção de renda. 

Os riscos associados a essa tendência tem seu crescimento acelerado à medida que a transformação digital e o impulsionamento das soluções baseadas em tecnologias habilitadoras, como a Inteligência Artificial avançam. No nosso artigo Integração de TI na educação: preparando pessoas para o futuro do trabalho é possível compreender um pouco mais desse fenômeno. 

Sem o desenvolvimento das competências digitais necessárias à sustentabilidade dessa integração ao mercado de trabalho, também aumentam as chances dessas pessoas estarem fora do mercado de trabalho nos próximos anos e com ainda menos condições de reparar os atrasos educacionais. 

Iniciativas que são bons exemplos para promover uma inserção produtiva sustentável são os programas como o NAVE, parceria entre o CESAR, as Secretarias de Educação dos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro e  o Instituto Oi Futuro, que oferece trilha de formação profissional em tecnologias para estudantes do Ensino Médio, a Residência docente com escolas estaduais.

Outro exemplo de sucesso foi o programa desenvolvido com a Escola Olindina Roriz Dantas, em parceria com a Agrodan. Programas que, além de desenvolverem competências profissionais atualizadas com demandas projetadas para o futuro, focam na formação dos jovens como lifelong learners.

Inclusão digital de pessoas idosas e exclusão social

Castells (1999) afirmou que a capacidade ou incapacidade das sociedades em dominar a tecnologia, especialmente aquelas tecnologias estrategicamente determinantes em cada período histórico, influencia significativamente seu destino. Nesse sentido, estar incluído digitalmente é também condição para que não se esteja exposto às vulnerabilidades em uma sociedade digitalmente transformada. 

De acordo com o Observatório Bússola para a Aprendizagem 2030, da OCDE, em 2020, 20% da população mundial não tinha as competências digitais necessárias para continuarem produtivamente incluídas. Sob esse ângulo, acrescentam-se aqui a discussão da exclusão social por  privação parcial ou total de educação e renda, além dos jovens, as pessoas idosas. 

Contribuindo com essa ótica, o relatório  Habilidades Digitais no Brasil Parte 1: Indivíduos O potencial digital dos brasileiros: diagnóstico e oportunidades, produzido e publicado pela MKinsey & Company, existe uma diferença de habilidade conforme a faixa etária. Segundo esse relatório, adultos já participantes do mercado de trabalho, com idades entre 25 e 34 anos têm 28% mais habilidades digitais que pessoas com idades entre 56 e 60 anos. 

A  política nacional da pessoa idosa busca garantir mecanismos que impeçam a discriminação do idoso quanto à sua participação no mercado de trabalho, no setor público e privado (BRASIL, 1994) e é importante que iniciativas que objetivem o desenvolvimento de competências digitais de idosos. 

De uma forma objetiva, esse dado nos ajuda a quantificar o que percebemos na prática: ao passo que a nossa população está ficando cada vez mais envelhecida e longeva também vai crescendo as suas dificuldades de inserção e permanência em um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado. 

Um exemplo de iniciativa voltada para o desenvolvimento de competências digitais de pessoas idosas é o Conecta Vidas. Desenvolvido em parceria com a Associação Conexão Social, a formação é baseada na experimentação de situações de aprendizagem voltadas para o desenvolvimento da cidadania digital da pessoa idosa, potencializando, assim, suas condições de reinserção produtiva. 

Alunos do 8º e 9º ano são contemplados com aulas que os preparam para o mercado de trabalho. Foto: Conexão Social/Cortesia

O CESAR e a CESAR School se posicionam como aliados essenciais neste processo de educação digital, oferecendo programas e parcerias que equipam futuros profissionais com as habilidades necessárias para prosperar em ambientes de trabalho em constante evolução. 

Também promovemos formações pensadas para inclusão digital e socioprodutiva, com o objetivo de empoderar pessoas para que existam, neste cenário cada vez mais digital, com autonomia e participação ativa com a comunidade ao seu redor.

Se a sua organização está em busca de formações inovadoras em habilidades e competências digitais com foco na transformação e impacto social, a CESAR School pode ser a parceira ideal. Quer saber mais? Fale com um dos nossos consultores.


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