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CESAR .


2022-03-25T17:20:49

Tecnologia


CESAR na SXSW 22: tendências em inovação, educação e tecnologia

O que você vai ver nesse artigo:

  • O que é o South by Southwest (SXSW)?
  • Temas em alta na inovação
  • Tendências para ficar por dentro

O que é o South By Southwest (SXSW)?

O South by Southwest é um festival de inovação realizado em Austin, Texas, que neste ano de 2022 aconteceu de 11 a 18 de março. Depois de dois anos sendo realizado apenas de forma remota, o evento retornou com altas expectativas, desta vez como um festival em formato híbrido com sessões presenciais e virtuais. 

O SXSW é conhecido mundialmente por reunir empreendedores, acadêmicos, artistas e altos executivos compartilhando tecnologias disruptivas e ideias inovadoras. Também é o destino de muitos profissionais e startups brasileiras à procura de novas tendências e conexões que ampliem sua visão de negócios. E uma coisa foi certa: a grande variedade de painéis, palestras e workshops não falhou em render muitos insights e previsões para os próximos anos. 

O CESAR marcou presença no festival, representado pelo nosso CEO Eduardo Peixoto, juntamente com Benedito Macedo, nosso Diretor Executivo de Desenvolvimento e Operações e Flávia Nascimento, nossa Head de Growth na América do Norte. E todos voltaram com a mesma impressão do evento: um mundo de novos conhecimentos e uma enorme vontade de compartilhá-los. Inspirados nos depoimentos deles e nas tendências observadas, fizemos uma curadoria caprichada e separamos neste artigo alguns dos principais destaques da última edição.  Vem conferir!

Um metaverso diferente

Não podemos falar de inovação em 2022 e não falar sobre metaverso, afinal, ele foi um grande tema de discussão e esteve presente em quase toda a programação desta edição do SXSW. Mas duas perspectivas sobre o tópico se destacaram: a visão da futurista Amy Webb e do professor de marketing da NYU, Scott Galloway, dois palestrantes que sempre são super aguardados no festival.  A seguir, veja o que os especialistas falaram.

Para Webb, o metaverso é “um termo guarda-chuva para tecnologias que preenchem a divisão entre os mundos físico e digital“. Ele permitirá que as pessoas criem e apresentem diferentes versões de si mesmos em cenários diferentes, e elas usarão o mundo virtual para tudo, desde reuniões de trabalho até encontros românticos! 

Webb também levantou alguns questionamentos: “Quem são as pessoas construindo esses novos espaços? Eles estão otimizando o uso para todos?”. Este último ponto tem uma ligação direta com os debates sobre a inclusão digital, que falaremos mais para frente. Será que o metaverso será uma realidade democrática e acessível?

Webb afirmou ainda que a lógica de consumo mudará com o metaverso: “Imagine que você poderá entrar em uma loja virtual da Nike, provar o tênis com seu avatar, comprar a versão digital e receber um tênis real na sua casa”. Para ela, restará um grande desafio: criar políticas de combate ao assédio e boas práticas para a comunidade do metaverso. 

Ao falar das suas previsões para os próximos 3 anos, Scott Galloway, conhecido como o “Guru do Vale do Silício” foi taxativo ao dizer que o metaverso não vai se parecer em nada com o que imaginamos hoje.  Ele explicou que o metaverso será mais audível e menos visual, ou seja, seremos mais impactados por conversas, em vez de imagens.

Eu acho que o metaverso vai ser menos como o filme ‘Matrix’ e mais como o filme ’Her’. Há algo na natureza do som, em ter um dispositivo falando diretamente em seus ouvidos, que cria um nível de intimidade, engajamento e talvez até mesmo vício, o que moldará o metaverso mais do que os visuais.” – Scott Galloway.

Além disso, Galloway também aposta que a Apple será a grande vencedora da corrida rumo a uma realidade alternativa. Isso por que a big tech conta com wearables simples e acessíveis, como AirPods e iPhones — os quais classifica como “portais do metaverso”. Outro facilitador para esse domínio do mercado seria a adesão em massa atual de tais aparelhos. 

Vamos ficar atentos para o que está por vir no metaverso!

Biohacking

De acordo com especialistas, computadores e biologia estão se tornando um só. Talvez seja por isso que o tema de biohacking também esteve bastante presente em diversos painéis. Algumas abordagens foram voltadas para a sua influência na revolução da saúde humana, já outras foram mais polêmicas e experimentais, sugerindo até a possibilidade de reconfigurações de DNA feitas em casa!

Por meio do biohacking, os cientistas estão à beira de enormes avanços  no campo da medicina, capaz de criar um novo patamar para a saúde – um que poderia potencialmente curar as doenças mais difíceis, concentrando-se nos blocos de construção de nossos corpos, nossos genes e células. O biohacking seria capaz de reprogramar a biologia e melhorar o potencial humano. 

Por outro lado,  o controverso Josiah Zayner, CEO da Biohack the World, conversou sobre o surgimento da biotecnologia e como ela permite que os biohackers genéticos criem coisas impossíveis. De acordo com Zayner, hoje vivemos em um mundo onde podemos geneticamente modificar organismos vivos, incluindo nós mesmos. 

O cientista completa afirmando que “pela primeira vez na história humana, qualquer pessoa pode aprender a controlar a genética da vida. Para projetar o próprio código que determina quem somos.”  Sua perspectiva traz uma atenção maior para a possibilidade de conduzir experimentos de biohacking sem o preparo correto ou para fins particulares, podendo causar  riscos.

Zayner encerra dizendo que as pessoas temem que biohackers destruam o mundo, mas quer mostrar como eles são os únicos que podem salvá-lo. Você concorda?

DICA DO CEO: conheça mais sobre a visão de biohacking do cientista Josiah Zayner neste artigo da WIRED e na série “Seleção Artificial” da Netflix.

O momento das NFTs

Web 3.0 foi o tema revelação para o SXSW 2022, abrangendo tópicos como Crypto e Blockchain, mas as NFTs foram, sem dúvidas, o grande destaque do tema. O BCL House, local do festival, tinha espaços com paredes de vídeo do chão ao teto exibindo obras de arte NFT para venda em um marketplace online criado apenas para o SXSW, tudo pensando em uma experiência imersiva para os participantes. 

Para o artista Kevin McCoy, que criou a primeira NFT ainda em 2014, o objetivo dos tokens não fungíveis é permitir que a arte digital seja exclusivamente propriedade de alguém, possibilitando que os mercados sejam criados em torno disso, com um olhar para ajudar os artistas a lucrarem.

“A ideia de uma NFT é muito mais ampla […] Pode ser usada para muitas coisas diferentes: adesão ou identificação de uma comunidade. Pode ser usado para transmitir o direito de se envolver na distribuição, o direito de coletar royalties.” – Kevin McCoy.

Dentro do guarda-chuva da Web 3.0, esse ano também houve um marco: a participação da Blockchain Creative Labs, empresa e estúdio da Fox Entertainment, como o primeiro patrocinador no segmento de blockchain do festival. 

O futuro da educação 

Esse tópico foi bastante discutido no SXSW EDU, o encontro internacional sobre educação que é um complemento do festival SXSW. Ao abordar tendências que estão transformando a maneira como as pessoas absorvem e trocam conhecimento, falou-se muito sobre a requalificação profissional da força de trabalho (reskilling), intensificada no contexto da pandemia, visto que as pessoas começaram a buscar outras áreas de atuação ao perderem seus empregos ou verem suas profissões perdendo relevância ou oportunidades. 

O painel “The Grand Challenge of Reskilling America” contou com a  apresentação de um case de cooperação entre organizações. A iniciativa convocou 25 mil trabalhadores americanos para repensar, coletivamente, as possibilidades para o futuro de suas profissões e refletirem sobre os desafios de manter a força de trabalho engajada e competitiva no atual cenário de transformação digital, visto que o futuro do trabalho trará uma maior colaboração entre humanos e máquinas.

Também discutiu-se a adoção de um viés tecnológico aplicado à educação, a partir da utilização de ferramentas como realidade aumentada, inteligência artificial, games e até metaverso. Mas com uma ressalva: até que ponto o uso desses recursos faz sentido e de fato auxilia no engajamento dos estudantes no processo de aprendizagem?  

De acordo com Joel Sadler, professor de Stanford e especialista em VR, a realidade virtual funciona melhor em sala de aula quando se trata de uma experiência que não poderia ser vivida no mundo real, como situações de risco ou inacessíveis do ponto de vista econômico.

Alerta de tendências para ficar por dentro:

  1. Home of Things

A demanda por serviços e produtos do chamado Home of Things (HoT) tende a crescer cada vez mais, principalmente em razão da nova cultura de trabalho home office, estudos e até prática de exercícios em casa. No futuro próximo, as plataformas HoT estão sendo pensadas para atender famílias inteiras, em vez de apenas uma pessoa. Os consumidores estarão mais dispostos ao uso de eletrônicos que funcionem dentro de uma casa inteligente, monitorando e contribuindo para a rotina do lar por meio de inteligência artificial, sensores e microfones.

2. Inovação somada a igualdade, diversidade e inclusão

A inovação está em todos os tipos de ambiente e, mais do que nunca, anda junto a temas fundamentais relacionados à sustentabilidade e à diversidade. 

A  Porsche abordou em sua palestra questões de igualdade de tecnologia, negócios e gênero. Em outro momento, Marvin Carr, executivo e ativista de igualdade racial na Walmart, criou uma iniciativa chamada #unlockpotencial (desbloqueie o potencial) para trabalhar com empregabilidade diretamente com públicos carentes. 

Quanto à inclusão digital, discutiu-se a transição das comunidades marginalizadas da web para espaços com chatbots e realidade virtual, e como podemos trabalhar para mitigar a opressão que a tecnologia pode causar a usuários de diferentes backgrounds, enquanto continuamos impulsionando o desenvolvimento. 

Sobre o tema, a nossa Head de Growth, Flávia Nascimento, participou do painel “Broadband: The Road to Connected Communities” e afirmou: “O acesso à Internet não é um luxo, e sim uma necessidade ao participar da sociedade. Governos, empresas e comunidades precisam trabalhar juntos para preencher essa divisão, para acabar com as desigualdades digitais.” 

3. O surgimento da fake data 

Os desenvolvedores precisam de dados realistas para o desenvolvimento e teste de seus produtos digitais, mas há um descontrole sobre políticas de privacidade nas organizações. A indústria da fake data seria a solução para permitir que os desenvolvedores criem toda a funcionalidade que apreciamos nas aplicações, enquanto nossos dados são mantidos seguros. 

A proposta é contar com um gerador que cria conjuntos de dados tão convincentes que um desenvolvedor experiente não consegue notar a diferença. De forma simulada, mas com a eficiência do que é real, os dados serão criados para embasar o desenvolvimento de novas soluções, tornando todo o processo menos invasivo, inseguro e público. 

4. Hologramas chegaram para ficar

O SXSW realiza uma competição de tecnologia imersiva e esse ano o vencedor foi a Matsuko, que promete permitir que os usuários “experimentem a verdadeira presença holográfica usando apenas um smartphone”. Estamos próximos do momento em que a criação de conteúdo holográfico será acessível a um amplo grupo de usuários e isso poderia desbloquear a inovação e a criatividade em diversos setores como streaming, eventos e educação. 

A ideia é oferecer conteúdo em tempo real e, de acordo com Yasmin Elayat, co-fundadora da Scatter, uma ferramenta de criação de vídeos 3D,  é possível que seu holograma seja seu passaporte para o metaverso.

5. Realidade virtual no ensino e no aprendizado

A Mursion, plataforma de realidade virtual, apresentou em primeira mão sua solução tecnológica para auxiliar o processo de formação de professores e lidar com os diferentes contextos dos estudantes. A ideia é uma plataforma imersiva que simula cenários de salas de aula em tempo real com avatares assistidos por inteligência artificial, com objetivo de criar um ambiente para experimentar, aprender e desenvolver habilidades. 

De acordo com Carrie Straub, diretora executiva de programas de educação da Mursion, “as simulações podem auxiliar a aprendizagem socioemocional, pois você está em um ambiente seguro e controlado e, portanto, mais disposto a se arriscar e cometer erros”.  

Para conhecer mais sobre os insights e tendências vistas no SXSW, convidamos você a conferir o episódio do podcast TI Inside Talk, que teve como convidados os nossos colaboradores Eduardo, Benedito e Flávia, fazendo uma grande recapitulação da experiência e do conteúdo, com foco nos desafios das áreas de saúde, ciência, educação, desigualdade social e a descentralização dos centros de pesquisas e inovação.

Se preferir assistir, é só clicar no play


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