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CESAR .
2021-12-21T00:00:00
Tecnologia
CESAR desenvolve metodologia que analisa o nível de maturidade de startups
Escrito em colaboração com Thiago Veras – Líder da vertical de Desenvolvimento do CESAR Labs e Eric Cavalcanti – consultor de engenharia de software do CESAR.
De um lado, startups que buscam investimentos e, do outro, executivos seniores de grandes companhias, prontos para investir. Se, para as startups, a dúvida é de como atender às expectativas e demandas dos investidores, para os C-Levels, cabe prever se o investimento vai valer a pena. Diante desse cenário, o CESAR desenvolveu uma metodologia e ferramenta que busca identificar a maturidade tecnológica das startups com potencial de investimento.
A metodologia de Technical Due Diligence permite maior assertividade na seleção das empresas que receberão aporte pelos investidores. A partir da técnica, o CESAR consegue emitir relatórios analíticos sobre a maturidade tecnológica das startups pré-selecionadas para a fase de investimentos.
“O Technical Due Diligence (TDD) é uma espécie de raio-x de uma startup. Por meio de um questionário e uma entrevista, conseguimos identificar a maturidade de cada dimensão (como arquitetura, infraestrutura, pessoas e processos), os quais são avaliados por atributos (como padrões de projeto, escalabilidade e segurança)”, diz Thiago Veras, líder da vertical de desenvolvimento do CESAR Labs.
Dimensões e Atributos
Para a construção do TDD, a equipe do CESAR Labs se baseou nos Níveis de Maturidade da Tecnologia (Technology Readiness Level – TRL), utilizados para medir a maturidade e usabilidade de uma tecnologia em evolução. O time coordenado por Veras também usou, como base da metodologia, o Índice de Transformação Digital, lançado pelo CESAR em 2019.
Com os indicadores necessários em mãos, foi possível construir uma ferramenta que permite não só saber o que precisa ser melhorado dentro de uma startup, mas também os pontos fortes da empresa.
“Uma análise técnica é realizada em um contexto que abrange diversas dimensões, com um alto grau de alternativas no mercado no uso de tecnologias, linguagens de programação, ferramentas e serviços. Assim, foi necessário realizar todo um trabalho de identificação, análise e definições de pontuação para a elaboração do questionário”, explica Eric Cavalcanti, consultor de engenharia de software do CESAR.
O primeiro passo da avaliação é a aplicação do questionário: a partir dele, os consultores técnicos responsáveis por cada projeto já conseguem ter uma visão preliminar de alguns itens que serão avaliados.
“Em seguida, entrevistamos a startup com perguntas em relação a atributos que estão ligados a uma dimensão. Por exemplo, para avaliar a arquitetura da solução proposta pela startup, devemos analisar atributos de engenharia de software. Já na infraestrutura, olhamos para atributos como tecnologias, banco de dados, ferramentas, cloud e segurança. Dessa forma, conseguimos apontar no relatório o momento em que aquela startup está e o que precisa ser melhorado”, explica Thiago.
Ao fim do processo, as informações obtidas são reunidas em um relatório que aponta a nota de cada atributo e dimensão, acompanhada de comentários dos consultores dizendo qual a situação atual e apontando oportunidades de melhorias, com uma série de recomendações para a startup.
Essas recomendações podem ser trabalhadas internamente na startup ou solucionadas com apoio do CESAR, por meio de uma consultoria.
Resultados positivos
A criação do TDD surgiu de uma oportunidade identificada pelo BR Angels, associação nacional composta por mais de 150 empreendedores e CEOs de importantes empresas que, além de capital financeiro, entregam capital intelectual a startups. Para dar um maior apoio na decisão dos investimentos, a ideia era que o grupo de investidores pudesse ter acesso a uma avaliação técnica das startups que fosse além da análise de modelo de negócio, proposta e possibilidade de escala.
Segundo Adriano Jucá, membro associado da BR Angels, a aplicação do TDD foi um processo importante para a percepção do nível de maturidade da plataforma para a qual estava sendo destinado o investimento – no caso de Adriano, a Motorista PX.
“A avaliação desenvolvida pelo CESAR apresenta um diagnóstico muito preciso de maturidade do negócio. Para a startup, é um instrumento valioso para implementações de mudanças dentro do projeto. Para nós, é uma forma de ver como a startup está evoluindo”, afirma Adriano.
Quem também passou pela avaliação foi a startup Circular Brain. De acordo com o CTO, Marcello Fornari, a aplicação do TDD foi produtiva e gerou debates importantes dentro da empresa. “A gente sabia que existiam alguns pontos que precisavam de atenção, mas o diagnóstico trouxe apontamentos e recomendações relevantes, que não tínhamos pensado antes. Começamos a implementar as alterações recentemente, e os resultados já estão aparecendo”, conta.
Para o futuro, o CESAR pretende escalar a solução, ampliar a parceria com o BR Angels e firmar parcerias com outros grupos de investidores.