A Computação de Alto Desempenho (HPC, do inglês High Performance Computing) é uma área da computação concentrada no desenvolvimento de sistemas e tecnologias capazes de realizar tarefas computacionais intensivas em um tempo significativamente reduzido. Isso é alcançado através da utilização de hardware especializado, como supercomputadores e clusters de computadores, junto com técnicas avançadas de programação e algoritmos eficientes. A tecnologia está em pauta no Web Summit Rio 2024 e foi tema na masterclass conduzida pelo CESAR, Nvidia e Petrobras nesta quarta-feira.
Benedito Macedo, diretor executivo do CESAR, João Paulo Navarro, arquiteto de soluções da Nvidia, e Felipe Portella, consultor de TI da Petrobras, falaram sobre as experiências com o projeto SolverBR, em encontro mediado pela jornalista Adriana Salles, editora chefe da MIT SMR e HSM Management. O trabalho lida com o processo de execução de simuladores em campos de petróleo, para nortear decisões na exploração de reservatórios, desde a localização de um poço até a estratégia de produção e previsão de comportamento financeiro.
A solução utilizou a nova arquitetura de chip da Nvidia e conseguiu reduzir o custo da exploração de petróleo em 30%. “Indústrias, como a geomecânica, a de análise de tráfego, de estudos climáticos e até o setor financeiro, precisam de simulações para auxiliar na tomada de decisão que requerem significativo poder computacional”, explicou Benedito Macedo.
A masterclass também contou com a visão dos especialistas sobre outras tecnologias, a exemplo da Computação Quântica e Inteligência Artificial e como elas irão impactar os negócios e trazer ganho de eficiência nos mais diversos setores da economia. E é justamente este o ponto de interesse da maioria dos participantes do evento, seja nos estandes das centenas de instituições ou nas palestras de renomados nomes nas mais diversas áreas.
De conversas sobre o estado atual do venture capital a reflexões profundas sobre o papel da IA na segurança digital, mergulhamos em um mundo de possibilidades e desafios. Aqui, reunimos os principais insights de mais um dia de Web Summit.
O estado do Venture Capital
O Venture Capital está em uma nova era de oportunidades para startups, conforme assinalamos em artigo recente. Após um cenário marcado por altos e baixos, o VC está em um ponto de virada em 2024. Laura Constantini, da Astella, e Magnus Grimeland, da Antler, compartilharam suas perspectivas sobre a discrepância entre as necessidades das startups e o cenário de financiamento. Apesar dos desafios enfrentados em 2023, o mercado está se recuperando, especialmente nos Estados Unidos.
Para empreendedores, a mensagem é clara: o momento de iniciar um negócio é agora. Com alternativas como Corporate Building e Angel Investors, o Brasil oferece um terreno fértil para o crescimento das startups, independentemente do cenário de financiamento. O Venture Capital, inclusive
A IA e a Segurança Digital
A Inteligência Artificial tem redefinido a segurança digital, mas também apresenta novos desafios. Kaarel Kotcas, da Veriff, e Andre Ferraz, da Incognia, exploraram como a IA está transformando a maneira como protegemos nossas identidades online. Com o surgimento de deepfakes e outras tecnologias, a segurança digital tornou-se uma prioridade ainda maior.
Os usuários estão cada vez mais dedicados a entender como os dados são utilizados pelas empresas para garantir transparência e responsabilidade no uso da IA, de acordo com os debatedores. Por isso,as organizações estão trabalhando para tratar os clientes como parceiros, focando em explicar como e onde os dados serão usados. É vital para os usuários compreenderem a importância de fornecer seus dados, especialmente em contextos onde isso pode prevenir fraudes.
Digital First, a nova economia brasileira
Em um mundo cada vez mais digitalizado, o Brasil busca avanços. Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Rodrigo Marques, da Claro Brasil, e Mate Pencs, da LOFT, destacaram a importância da inovação e da inclusão digital. Da expansão da conectividade em áreas rurais à adaptação contínua às novas ferramentas digitais, o Brasil pavimenta o caminho em direção a uma economia digital vibrante e inclusiva.
“Precisamos ter um ambiente propício à inovação. Às pessoas que estão lá na ponta, precisamos motivá-las e entregar meios para que elas consigam manter o espírito da inovação sempre aceso, motivadas e com os meios e ferramentas adequados”, declarou Luíza Trajano.
Inteligência Artificial para um futuro promissor
Fabio Coelho, do Google Brasil, e Angélica Mari, da Forbes, mergulharam na promessa e no potencial da Inteligência Artificial para impulsionar a inovação e resolver problemas complexos. Desde a criação de novos produtos até a democratização do acesso, a IA está moldando o futuro de maneiras transformadoras.
“Nos próximos dois anos, os olhos do mundo vão se voltar para o Brasil. Cuidar da Amazônia, entender a transição energética e aumentar nossa produção agrícola. O Google busca sempre sentar em uma mesa em que soluções sejam criadas de forma ousada e responsável. Ousada para impulsionar a inovação, responsável para garantir a segurança de quem usa”, afirmou Fabio Coelho, destacando Ele o impacto social da tecnologia, desde a democratização do acesso através de smartphones até inovações financeiras como o PIX.